7º Domingo do Tempo Comum - Meditação Orante de 1 Coríntios 3, 16-23

Data: 18/02/2020

Domingo passado, Paulo falou da sabedoria escondida que foi revelada só aos que acolheram a cruz de Cristo. Agora iniciamos o capítulo 3. Na primeira parte (3,1-15) Paulo volta ao tema das divisões dentro da comunidade e lembra que toda construção deve se assentar e se manter firme sobre seus alicerces. O alicerce é a cruz de Cristo, sobre ela se pode construir com diferentes materiais. Mas estes devem ser bastante fortes para resistirem na hora da prova.

No versículo 16, a partir do qual começamos a leitura deste domingo, Paulo lembra que esta construção da qual está falando é a Igreja, à qual pertence que também a comunidade de Corinto (“vós sois templo de Deus”). Existe uma responsabilidade, aquela em relação ao Espírito que mora na comunidade, mantendo firme a casa. Portanto não é possível seguir a sabedoria do mundo, nem confiar nos líderes que, afinal, são homens (Paulo, Apolo, Cefas...).

Irmãos: 16Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?

Graças à força de sua fé, agora os Coríntios (e com eles todos os crentes) se tornaram templos de Deus, presença d’Ele, graças ao Espírito Santo que mora neles. A vida deles mudou radicalmente.

17Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário.

Deus é cioso de seu templo. É uma realidade santa, é o lugar de sua presença. Se alguém o destrói, Deus também o destruirá. E o templo de Deus pode ser destruído também através das divisões dentro da comunidade.

18Ninguém se iluda: Se algum de vós pensa que é sábio nas coisas deste mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade;

Após ter dado as indicações teológicas Paulo passa às exortações dirigidas aos fiéis individualmente.

Destacando a ambição dos Coríntios que gostavam de ser sábios, o apóstolo exorta-os a demonstrar uma verdadeira sabedoria, aquela que vem de Deus, mas que aos olhos do mundo se apresenta como uma loucura. A sabedoria de Deus é aderir à cruz de Cristo, à fé e ao aprofundamento dela. Não se renuncia, portanto, à razão e à inteligência, mas à pretensão da sabedoria se ser princípio absoluto e autossuficiente. A loucura é aceitar a impotência do homem a se salvar com suas forças e com a própria inteligência.

A loucura é aceitar que outras criaturas ou outros meios fora de nós podem nos salvar.

19pois a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus. Com efeito, está escrito: 'Aquele que apanha os sábios em sua própria astúcia',

Exista uma reviravolta dos princípios e de orientações de vida. Paulo exorta a fixar o alicerce da própria vida sobre a cruz de Cristo. Isto aponta uma luz que esclarece e decifra o sentido profundo do homem, do mundo e de Deus. A fé traz uma ‘racionalidade’ diferente e mais elevada.

Para garantir sua afirmação, Paulo cita dois textos da Sagrada Escritura. O primeiro é Jó 5,13, em que lembra como Deus utiliza a astúcia daqueles que se acham sábios com a mesma sabedoria.

20e ainda: 'O Senhor conhece os pensamentos dos sábios; sabe que são vãos'.

A segunda citação é do Salmo 94,11 que aponta a futilidade dos projetos dos sábios diante do olhar penetrante de Deus.

21Portanto, que ninguém ponha a sua glória em homem algum. Com efeito, tudo vos pertence:

Paulo termina pois a exortação a não confiar na sabedoria humana. Graças à fé em Jesus Cristo tudo está ao alcance do crente, também as coisas mais escondidas que o homem tenta conhecer e conquistar com a própria razão.

22Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro; tudo é vosso, 23mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.

Retomando o discurso anterior das divisões na comunidade de Corinto, Paulo cita os líderes dos grupos e lembra que na fé tudo nos pertence, mas todos estamos unificados numa única pertença, somos de Deus.

Para a reflexão e a atualização:

● Como guardamos o templo de Deus que está em nós?

● O que me parece “estulto” na mensagem do Evangelho?

● Sinto que pertenço a Cristo e a Deus?